III Domingo da Quaresma (B)
TEMPLO INTERIOR
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto
- Leio pausadamente Jo 2, 13-25.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
No Templo de Jerusalém, Jesus realiza um gesto de cariz profético. Expulsa vendedores e cambistas que, segundo ele, profanam o sentido espiritual daquele lugar sagrado.
2. O que me diz Deus
- Que pensamentos e sentimentos despertam em mim esta passagem?
Ao expulsar o “comércio” do templo, Jesus não purifica apenas aquele lugar sagrado. Recorda que a autêntica religiosidade nasce na interioridade. Ritos exteriores devem expressar o que vive o íntimo, sob pena de se tornarem mero teatro. O verdadeiro culto baseia-se na gratidão e reconhecimento pelo que Deus faz. Não naquilo que faço. A reverência a Deus vive-se na relação com Ele. Daí, Jesus revela-se como verdadeiro espaço da experiência divina. É por Ele que vivencio, conheço e adoro Deus.
3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, expulsar os vendilhões destoa da imagem pacífica que temos de Ti. Quiseste denunciar algo importante: é fácil tornar a religião num comércio com Deus. Mas, como “comprar” ou “pagar” o que não tem preço!? A salvação é dom gratuito teu.
Ajuda-me a expulsar, em mim, tudo quanto perverte a relação conTigo, com a vida e com os outros: interesses mesquinhos, mágoas, obsessões, preconceitos tóxicos… Dá-me a ousadia de ser frontal contra o pecado, a injustiça e a mentira.
Lembra-me que, a todo o momento, posso encontrar-Te no templo interior, santuário do teu Espírito. É intimamente que Te amo e louvo. Só depois, o quotidiano da minha vida pode revelar-me como teu discípulo. Só assim tem sentido reencontrar-me com meus irmãos e, juntos, celebrar o sacramento do teu amor por nós: a Eucaristia.
4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, é na gratidão do coração, dentro ou fora de qualquer templo, que encontro os gestos e palavras adequados para Te louvar. Assim Te contemplo e adoro.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
PROVOCAÇÕES
- Que devo “expulsar” da mente e do coração para adorar Deus?
- Sou “praticante” do amor a Deus e ao próximo ou apenas de gestos e hábitos?
- Em que situações existenciais tenho de ser mais frontal?
UM PENSAMENTO
“Edifica em mim a igreja para que, onde quer que vá, se encontre um santuário.” (Rachel Joy Scott)
UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de encontrar e louvar Deus no meu íntimo.
UMA ORAÇÃO-POEMA
Contemplo o templo que sou
(ou, no íntimo, espero ser)
e que este tempo desconsertou.
Nele, medo, caos e desarrumo
anseiam por outro aprumo.
Contemplo o templo que vês,
ainda que tarde em acontecer
que nele reines, mais esta vez.
Pousada por Ti escolhida:
Interioridade, zelada guarida.
Contemplo o templo que serei
(se tudo em mim comprometer).
Melhor Anfitrião não adorarei:
se dele o desconcerto expulsar
saberei, por fim, conTigo orar.
UMA CANÇÃO
Marcela Gándara & Jesús Adrián Romero – Tú estás aquí
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