PRIMAVERA 22 - Sean Devereux

SEAN DEVEREUX nasceu nesta data de 25 de novembro de 1964, perto de Londres, numa família católica, de origemSEAN DEVEREUX Cópia irlandesa. É dos pais que Sean herda a fé profunda, o sentido da responsabilidade e a compaixão solidária pelos mais desfavorecidos. Inscrito num colégio salesiano, destaca-se pelas suas qualidades de líder, bom humor e energia transbordante. Aí torna-se devoto do fundador dos salesianos, o P. João Bosco, identificando-se com o seu ideal e admirando seus métodos pedagógicos. Sonha, como ele, tornar-se professor e educador. Assim será, alguns mais tarde, lecionando geografia e educação física. Para reforçar seus laços à família salesiana, pede para ser recebido como cooperador leigo.

Atraído pela Africa, oferece-se como voluntário para trabalhar na missão salesiana na Libéria. O país encontra-se sob ditadura militar e destabilizado pela guerrilha que culminará em guerra civil, em 1989. Em vez de regressar à Europa, decide ser destacado para o programa de ajuda aos refugiados da ONU. A missão é perigosa. Uma vez é agredido por soldados que surpreendera a desviar ajuda alimentar. Noutra é preso por ter pretendido livrar um antigo aluno, forçado a tornar-se um menino-soldado. Corre muitos riscos, mas não desiste: “Enquanto meu coração bater, tenho de fazer o que posso para ajudar os mais pobres”. Em 1991, acaba por ser expulso, tal como todos os europeus presentes.
Por um tempo, fica na vizinha Sierra Leoa, antes de rumar a outra missão: Somália. Também aí a situação não é famosa: guerra civil e fome que afeta uma população refém das fações em conflito. Sean dedica-se à ajuda alimentar e, mais particularmente, às crianças subalimentadas. Operando numa das zonas mais perigosas, a UNICEF pondera evacuar seus voluntários. Mais uma vez, Sean decide ficar. Zeloso de que a ajuda chegue a quem precise dela, denuncia todos aqueles que pretendem usurpar esses bens para outros fins. Alerta a imprensa ocidental sobre todas estas situações, tal como dos massacres de populações locais.
Na noite de 2 de janeiro de 1993, enquanto inspecionava o armazém da UNICEF, é assassinado, baleado pelas costas. Foi homenageado pelo então secretário-geral da ONU, Boutros-Boutros Ghali, embora não tenha referido a dimensão fundamental do Sean: morreu como cristão, pelo seu compromisso em nome do Evangelho. Sua ação, corajosa e compassiva, não era apenas humanitária. Identificava-se antes com a dinâmica própria do discípulo de Cristo, iluminada pela fé e caridade: “O que tiveres feito ao mais pequeno dos meus irmãos, a Mim o fizestes” (Mt 25,40). Foi por Cristo e pelos seus irmãos pobres que Sean deu a vida.

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