PRIMAVERA 23 - Andrea Mandelli

ANDREA MANDELLI, a 29 de novembro de 1990, morria vítima de um cancro ósseo.ANDREA MANDELLI Cópia
Diagnosticado dois anos antes, viveu todo o processo doloroso da doença com serenidade.
Nascido em 1971, no norte de Itália, é o quarto de sete irmãos. É um rapaz calmo, positivo, sempre disponível. Em Milão, onde estuda, associa-se ao movimento Comunhão e Libertação. Sua fé em Jesus Cristo é fonte da sua alegria, força e esperança, tornando-o um jovem apaixonado por tudo quanto o rodeia. Daí nasce a sua maior aspiração: ser santo, desejo expresso precisamente durante a sua enfermidade.
Tem muitos amigos. Uma jovem dirá dele: “Era bom estar com ele, era sempre uma alegria porque para ele tudo era um presente e nunca uma obrigação.”

Mesmo depois do surgimento dos primeiros sintomas e tratamento, Andrea continua a viver tudo com a mesma intensidade de antes, edificando familiares, colegas de escola, professores e outros. Sua mãe disse que ele encontrou a presença de Deus nos rostos das pessoas que o amavam.
Num encontro com os crismados da sua paróquia, Andrea deu o seguinte testemunho: “Tenho muitos planos, mas percebo que o Senhor tem outros para mim; o importante é dar-Lhe crédito. O Senhor, presente na companhia dos meus amigos, transforma a minha vida… Isso dá um novo significado à dor, à labuta, à doença...”
Noutra ocasião disse: “Conheci Jesus através da minha doença, por isso sou a pessoa mais feliz que existe. Sou a pessoa mais feliz do mundo.”
Embora debilitado pela terapia, Andrea não desiste da sua habitual vida ativa, disponibilizando-se para várias atividades e voluntariado. Para ele, “cada instante pode ser um encontro com Cristo”, recorda um amigo. “A diferença não está no que fazes, mas em 'como és' no que fazes”.
Em setembro de 1990, a doença progride. Escreve então para seus colegas: “Queridos amigos, para que serve a vida senão para ser doada? Agora estou à Sua inteira disposição. Eu não preciso mais decidir. Pedi ao Senhor forças para aguentar um pouco mais este esforço, sim, e peço e devo pedir sempre.”
Na noite da sua morte, nas vésperas da festa de Santo André, pronunciou estas últimas palavras: “OK, tudo bem, vamos!”

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