Primavera 91 - PETER ToROT

Aquando de uma visita à Papua-Nova Guiné, a 17 de Janeiro de 1995, João Paulo II beatificou um jovem leigo originário do país: PETER ToROT.PETER TO ROT
Peter nasceu em 1912, filho do chefe da tribo local, sendo os seus pais dos primeiros a serem batizados, em 1898, graças aos missionários que iniciaram a evangelização da ilha, no final do século XIX. A sua família era um modelo de lar, aberto a todos, onde se rezava, onde se resolviam litígios da comunidade e onde os órfãos eram acolhidos. Nesse ambiente, o Peter revelou-se um jovem pacífico, estudioso, generoso e modesto. Piedoso, não faltava à eucaristia quando o missionário estava de passagem. Com 18 anos ingressou na escola de catequistas fundada pelos missionários, a fim de formar leigos para a ação evangelizadora e auxiliar os poucos sacerdotes existentes. Eram os catequistas que instruíam os fiéis na fé, celebravam batismos e casamentos.

Para a alegria de todos, Peter foi enviado para a sua aldeia. Era amado e escutado por todos. Em 1936 casou com Paula TaVarpit. Juntos tornaram-se um exemplo de vida conjugal. Tiveram 3 filhos, mas só uma filha sobreviveu.
Peter era catequista há dez anos quando, em 1942, os japoneses invadiram a ilha. A relação entre o ocupante e a população local tornou-se tensa quando os sacerdotes locais foram expulsos. Peter ficou sozinho na missão evangelizadora. Incansável, prosseguiu com a catequese, visitando os doentes e reconfortando a população maltratada pelo invasor nipónico. Mas, em 1943, os japoneses fizeram explodir a Igreja por ser um centro de subversão popular e proibiram todas as atividades e celebrações religiosas. Em alternativa, Peter escavou um espaço subterrâneo na sua propriedade e organizou reuniões clandestinas de oração e formação, presidindo a batizados e casamentos.
Peter tornou-se incómodo para a autoridade ocupante. Foi preso por três vezes. Tentaram demovê-lo, sem resultado. Respondia dizendo: “Eu estou aqui unicamente por causa da religião e do trabalho que faço por Deus. Não tenho medo, não abandonarei Deus. Sou catequista e faço apenas o meu dever. Ficarei aqui.”
No dia 7 de Julho de 1945, morreu com uma injeção letal que lhe foi administrada na prisão. Sua sepultura tornou-se imediatamente lugar de peregrinações ininterruptas e a fama de santidade deste mártir não cessou de crescer. Foi diante da sua esposa e da sua filha que Peter ToRot foi beatificado, cinquenta anos depois da sua morte.

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