A verdadeira liberdade só existe em Cristo

Testemunho de Nelson Vale, seminarista de Bragança-Miranda (Configuração II, 6º Ano)

Nelson Vale Semana dos Seminários 2022

Com muita alegria, partilho convosco o meu testemunho vocacional. O tema vocação apareceu na minha vida de uma forma inesperada. Surgiu como um alarme de Deus a despertar o meu ser espiritual, que se encontrava adormecido. Um dia, após as aulas e de regresso a casa, uma senhora da minha terra convidou-me a participar num encontro do Pré-Seminário. Não sabendo muito bem do que se tratava, acabei por aceitar. A verdade é que, nesse encontro, o alarme de Deus aumentou de volume e despertou em mim o desejo de ser padre.

No regresso a casa manifestei este desejo aos meus pais. Porém, infelizmente, não fui correspondido naquele desejo. Apesar de tudo, no ano seguinte, tornei a ir ao encontro do Pré-Seminário e, realmente, vi que o meu projeto de felicidade passava por ali. Desse modo, com muito esforço e ajuda de várias pessoas, incluindo o meu pároco e o reitor do Seminário de então, consegui convencer os meus pais e, feliz e contente, acabei por realizar o meu desejo: ir para o Seminário.

Atualmente, estou no 6º ano do Seminário Interdiocesano de São José, em Braga, prestes a terminar a minha formação, enquanto seminarista, na etapa da Configuração II. Olhando para todo este tempo de Seminário, apenas sinto gratidão por Deus me ter escolhido para O servir. Estar no Seminário a caminhar para o Sacerdócio Ministerial é uma experiência muito rica, a nível humano, espiritual, intelectual e pastoral. Porém, aquilo que torna esta caminhada mais especial é o encontro com Deus, porque aqui descobri o amor que Deus tem por mim e por todos nós. Ao longo deste percurso, também fui construindo verdadeiras amizades, bem alicerçadas no altar do Senhor, que me dão força e confiança para continuar a minha caminhada.

Apesar de eu classificar esta caminhada como positiva, reconheço que também tem momentos complicados, de tristeza e angústia, uma vez que a dúvida é um elemento que nos acompanha em todo o nosso processo de discernimento. Contudo, tal como Pedro, temos de ter fé em Cristo para sobreviver nesta caminhada, caso contrário é um caminho em vão, sem meta.

Por fim, quero deixar um apelo aos jovens: estejam atentos aos sinais de Deus e não deixem Cristo esquecido na história. Caso sintam uma inquietação vocacional, não tenham medo de arriscar e de O servir. Apesar de na sociedade atual haverem vozes que nos tentam convencer de que servir a Deus é sinónimo de falta de liberdade, a verdade é que essas vozes não estão corretas, uma vez que a verdadeira liberdade só existe em Cristo ressuscitado, que Se sacrificou e Se deixou humilhar, para assim nos elevar.

 

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